Nosso coletivo é aberto a todos os que possuem asas e queiram voar nesse imenso céu Audiovisual. Sejam bem-vindos!


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Uma revoada de pássaros aprendendo a voar nesse imenso céu Audiovisual, esta pode ser uma boa definição para o Coletivo Revoada, que inaugura suas atividades neste quarta-feira (15/09/10). A proposta nasceu de alunos do curso de Comunicação Social/Audiovisual da UEG desejosos em ampliar seus repertórios cinematográficos, compartilhar experiências e se lançarem em experimentos audiovisuais. O Coletivo Revoada vem para ampliar as atividades do Cineclube Laranjeiras, projeto de extensão do curso de Comunicação Social/Audiovisual desde 2008. Aberto a todos os interessados, estudantes ou não de audiovisual, o Revoada pretende ser um movimento capaz de congregar pessoas que buscam se comunicar por meio da linguagem audiovisual.

"Parabenizo a iniciativa, apóio e torço para que voem alto e longe esses pássaros apaixonados por imagem e som".(Jô Levy/Coordenadora do Curso de Audiovisual-UEG/GO)

sábado, 25 de setembro de 2010

"O mau curador é aquele que pega o ruim de um artista bom"

Agnaldo Farias está à frente da curadoria do 29ª Bienal de São Paulo, em entrevista à revista Cult de setembro, ele fala sobre o papel da crítica de arte,  da proposta desta edição da bienal (aberta hoje) e sobre curadoria. A propósito deste assunto (curadoria), presente no debate da primeira sessão do Coletivo Revoada e que se apresenta como um desafio a todos os envolvidos, é pertinente saber o que tem a dizer, este que é considerado um dos curadores mais respeitados no Brasil.

CULT – Como poderia classificar a arte contemporânea?
Agnaldo –
A produção em artes plásticas é muito fecunda. A meu ver, as artes plásticas viraram um entrecruzamento de fronteiras, uma intersecção e uma zona de liberdade que não se vê em talvez nenhuma outra linguagem. Acho, por exemplo, sintomático que um artista como Nuno Ramos tenha vencido o Portugal Telecom e que Apichatpong Weerasethakul [diretor de cinema tailandês] tenha vencido o Festival de Cannes. Porque ambos se definem como artistas plásticos. As artes plásticas viraram lugar de livre experimentação. Então há trabalhos sonoros, olfativos, aromáticos, trabalhos para ser vistos, para ser escutados. Se antes você entrava numa exposição com maior ou menor grau de dificuldade de compreensão, você demorava um dia, na década de 1960, no caso da Bienal de São Paulo. Hoje, menos de três, quatro dias não leva. Pelo número de filmes, de trabalhos conceituais, trabalhos que não se dão a ver com facilidade, muito codificados.

CULT – Inclusive para você?
Agnaldo –
Inclusive para mim. Um dos meus anjos da guarda, o Charles Watson, é artista e professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Ele organiza grupos, faz turismo específico para visitar museus e ateliês pelo exterior. Ele leva alunos e colegas, como eu. São os meus melhores momentos do ano. Sozinho, sou vagabundo. Com 30 pessoas do lado tendo de discutir o trabalho que estou vendo, trato de ficar mais esperto. É frequente eu entrar num lugar sozinho e ter uma atitude blasé.

CULT – Nos dias de hoje, a presença do curador tornou-se obrigatória e muitos artistas discutem sua eficiência. Afinal, a composição de um curador mal preparado prejudica o trabalho?
Agnaldo –
Um curador é igual a uma boa reunião de pauta. Você vai publicar tudo? Não. Mas você assegura o prestígio da revista montando uma pauta criteriosa. Isso é uma curadoria impressa. Tem a ver com dar aula. Não dou texto vagabundo para meus alunos. Eu posso me equivocar, e posso ser um professor mal informado. Isso acontece. Tem picareta em qualquer área. Mas há necessidade de pessoas que deem critérios. Isso é democrático. Em qualquer que seja o ramo, para montar desde um menu até uma boa aula. É coisa de especialista. O curador precisa ter conhecimento sobre a obra e sobre recortes que pode dar a essa obra, que têm de ser suscitados por ela. O mau curador é aquele que pega o ruim de um artista bom, mas que vá ao encontro de uma tese dele. E também existe a falta de critério. Não se pode fazer uma retrospectiva e colocar tudo. Tem artista de que eu gostava mais quando não conhecia tudo. É importante saber, não mostrar. Você pode construir articulações estimulantes, mas tem as muito pobres, gente ruim se apropriando de trabalhos bons, colocando-se à frente da fonte, que são os artistas. O curador é um leitor que está próximo da produção. Você desprezaria um comentário do Antonio Candido sobre seu texto?

Para ler a entrevista completa, é só clicar  CULT

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