Nosso coletivo é aberto a todos os que possuem asas e queiram voar nesse imenso céu Audiovisual. Sejam bem-vindos!


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Uma revoada de pássaros aprendendo a voar nesse imenso céu Audiovisual, esta pode ser uma boa definição para o Coletivo Revoada, que inaugura suas atividades neste quarta-feira (15/09/10). A proposta nasceu de alunos do curso de Comunicação Social/Audiovisual da UEG desejosos em ampliar seus repertórios cinematográficos, compartilhar experiências e se lançarem em experimentos audiovisuais. O Coletivo Revoada vem para ampliar as atividades do Cineclube Laranjeiras, projeto de extensão do curso de Comunicação Social/Audiovisual desde 2008. Aberto a todos os interessados, estudantes ou não de audiovisual, o Revoada pretende ser um movimento capaz de congregar pessoas que buscam se comunicar por meio da linguagem audiovisual.

"Parabenizo a iniciativa, apóio e torço para que voem alto e longe esses pássaros apaixonados por imagem e som".(Jô Levy/Coordenadora do Curso de Audiovisual-UEG/GO)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O assunto era sexo, mas...

Sexo com objetos inanimados
Eletrodoméstica

O tema da sessão do Coletivo Revoada desta quarta-feira, 29/09, era "Sexo na pós-modernidade: uma abordagem cinematográfica". A proposta era abrir para uma discussão em dois âmbitos, sendo um de caráter mais sociológico e outro estético. Os curtas selecionados foram "Sexo com objetos inanimados" (Érico Rassi) e "Eletrodoméstica" (Kleber Mendonça Filho). Apesar da proposta inicial, a discussão se encaminhou para uma problemática presente nas duas produções: a solidão.

Rassi satiriza os filmes de ação ao mostrar os dilemas existenciais de um matador, há um ano sem fazer sexo, e que encontra o alívio para o seu "jejum" em objetos "comestíveis" e nada ortodoxos (se é que há ortodoxia  quando o assunto é sexo). Já o filme "Eletrodoméstica", mostra a relação erótica que uma dona de casa mantém com os seus eletrodomésticos.

O filme de Rassi apresenta planos curtos e diálogos rápidos, o que lhe confere um ritmo ágil, além de  estabelecer um contraponto à temática, pois enquanto a narrativa funciona num registro despretencioso como se fosse um videoclipe, os diálogos são carregados de questionamentos filosóficos. Ao promover essa mistura, o filme ganha em ironia. A solidão tratada de forma irônica  pode levar o espectador a considerar como factível o que aparece como sátira no filme, ou seja, que nossos dramas pessoais parecem banais e, talvez até dignos de riso, aos olhos do outro.

"Eletrodoméstica", por sua vez, é uma experiência sonora. A narrativa dá "voz" aos eletrodomésticos de uma casa de classe média, enquanto mostra a rotina da dona da casa. Com uma vida enclausurada e entediante, a relação afetiva e sexual com equipamentos domésticos parece ser a melhor ou a única opção da personagem.

A julgar pelas propostas temáticas dos filmes, o assunto sexo na pós-modernidade  não se conjuga com comunhão, partilha, união; pelo contrário, rima com solidão.

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